O Antagonista, veículo conhecido como porta-voz da operação Lava Jato, publicou nota nesta quarta-feira (8), sem citar fontes, onde afirma que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, tem dito a interlocutores que Gilmar Mendes, o novo presidente da Segunda Turma, não deveria pautar, na volta do recesso, julgamento do habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O processo aponta para a suspeição no caso do ex-juiz Sérgio Moro e pretende anular as sentenças de Lula, tanto no caso do triplex no Guarujá quanto no do sítio em Atibaia.
O Antagonista prevê, em sua nota, placar favorável a Lula na Suprema Corte. Afirma ainda que “para Toffoli isso seria “devastador para a imagem não só da Corte, mas também de todo o Judiciário, uma vez que as sentenças já foram confirmadas por outras instâncias”.
Vários juristas do Brasil e do mundo afirmam desde o início dos processos exatamente o contrário. Lula é vítima de lawfare e a virada virá exatamente da instância superior, o que desmantelaria toda a trama das instâncias anteriores que o condenaram.
Atualmente, o único trabalho do ex-juiz Sérgio Moro, que cumpre quarentena após deixar o ministério da Justiça, é ser colunista do próprio O Antagonista. Moro sempre foi apontado como a grande fonte de informações do veículo.
Intimado pelo ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU), a explicar seu contrato com a revista Crusoé, que faz parte do Antagonista, enquanto ainda recebe salário de ministro – embora tenha deixado o governo Jair Bolsonaro há mais de dois meses -, Sérgio Moro afirmou em nota de rodapé de um segundo artigo confuso que pediu a “suspensão dos pagamentos (ainda não havia recebido nenhum)” aos editores da publicação.