O Tribunal de Contas da União (TCU) quer saber se a força-tarefa da Operação Lava Jato adquiriu e usou aparelhos de interceptação telefônica que depois desapareceram. Os aparelhos teriam sido usados em grampos ilegais.
O relator do caso no tribunal, ministro Bruno Dantas, mandou investigar não só se a força-tarefa adquiriu aparelhos de interceptação, mas todos os equipamentos que já foram comprados pelo órgão nos últimos anos, em todo o Brasil, para a gravação de ramais internos ou de interceptações telefônicas.
O procurador Lucas Furtado? pediu a investigação sobre os critérios de distribuição de processos da força-tarefa do Paraná. Neste caso, Dantas recusou e arquivou o pedido.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) listou sete razões para formalizar pedido de investigação contra os procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato de Curitiba no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
Entre elas está a suspeita de que equipamentos de interceptação foram usados de forma clandestina e também o uso de nomes camuflados de autoridades em processos.
Operação atrasada
Em nota sobre a operação “revoada” e a denúncia contra o senador José Serra e a filha dele, Verônica, a operação Lava Jato afirmou que a ação “reafirma seu compromisso com um trabalho técnico, isento e sereno”.
Pressionada, a Lava Jato expõe pela primeira vez o braço político da investigação em São Paulo, estado governado há décadas pelo PSDB.
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Acuada em meio à troca de acusações com a Procuradoria-Geral da República, que quer extinguir a força-tarefa, e diante de denúncias de compartilhamento de dados com o FBI, a Lava Jato diz na nota que vive “um momento de incertezas”.
Com informações da coluna de Mônica Bergamo