O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB-DF), foi indiciado pela Polícia Federal (PF) por crime eleitoral de omissão na sua prestação de contas em 2018, em esquema de candidatas laranjas.
Relatório da PF aponta que recursos destinados a duas mulheres foram usados para pagar militância de rua de Ibaneis. As duas receberam e declararam cerca de R$ 1,08 milhão em suas prestações de contas.
De acordo com a investigação, os prestadores de serviços declarados nas contas das duas trabalharam, na verdade, para Ibaneis, que não informou as despesas.
As candidatas do MDB, Kadija e Psicóloga Dolores Ferreira, declaram em suas candidaturas, R$ 798 mil com gastos de atividades de rua. A PF, no entanto, afirma que "grande parte" deste dinheiro foi "para pagamentos de prestadores de serviços de militância de rua que declararam que trabalharam, em sua maioria, para o candidato majoritário Ibaneis Rocha".
Kadija teve 403 votos e Psicóloga Dolores teve 551.
Os recursos, em sua maioria, mais de R$ 700 mil, saíram de cofres públicos, do fundo partidário e do fundo eleitoral. Foram enviados a elas pelos diretórios nacional e estadual/distrital. O presidente do MDB à época era Romero Jucá.
Ibaneis foi indiciado com base em dois artigos do Código Eleitoral, 350 e 353: omissão ou declaração falsa para fins eleitorais. A pena para estes crimes é de reclusão até cinco anos e multa. Ele negou as irregularidades em depoimento à Polícia Federal (PF). O caso ainda não foi analisado pela Justiça.
O governador informou, através de sua assessoria, que suas contas de campanha foram aprovadas pela Justiça Eleitoral. Ele disse ainda ter informado à PF que não era dirigente ou gestor do partido e, portanto, não tinha responsabilidade sobre a nominata de candidatos.
Com informações do Painel, da Folha