O presidente Jair Bolsonaro ainda não aceitou a derrota sofrida na Câmara dos Deputados sobre o novo Fundeb. O governo estaria empenhado em buscar uma reviravolta no Senado.
Segundo a jornalista Renata Agostini, da rede CNN Brasil, o governo estaria empenhado em modificar alguns pontos, como a permissão para o pagamento de aposentadorias com o fundo e a criação de um teto para os gastos com salários de professores. Um destaque do Novo que tentou mudar a subvinculação mínima de 70% foi derrotado no plenário.
Além disso, segundo a jornalista, o Planalto pretende modificar as regras das deduções do Imposto de Renda com gastos em educação com o argumento de que precisaria disso para pagar o Fundeb. O tema parece sofrer resistência na Câmara.
Apesar de estar trabalhando contra o projeto, o governo tentou capitalizar em cima do Fundeb nas redes sociais após a aprovação. O ex-capitão, que tentou boicotar a votação na Câmara da PEC 15/2015, tentou virar o "pai do fundo".
Como bem lembra o professor Daniel Valença, em artigo para a Fórum desta quarta-feira (22), “o governo Bolsonaro, no entanto, tentou desde o início inviabilizar a proposta. Primeiro, buscou retirar recursos do Fundeb e destiná-los a outras áreas. Buscou retirar a educação infantil do Fundeb, o que aprofundaria a realidade de a ampla maioria das classes trabalhadoras não terem direito à creche para suas crianças, penalizando especialmente as mulheres. Tentou, também, que o novo Fundeb começasse apenas em 2022, o que geraria um hiato entre o atual Fundeb – que está em vigor até 31/12/2020 –, e o próximo, provocando um caos sem precedentes na educação”.