Lava Jato usa grupo de elite da PF em nova ação contra José Serra em SP

Grupo de Pronta Intervenção da Polícia Federal está nas ruas cumprindo mandados de prisão em investigação sobre crimes eleitorais praticados pelo ex-governador do PSDB, José Serra

Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil
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Cerca de 10 equipes da Polícia Federal (PF), incluindo agentes do Grupo de Pronta Intervenção (GPI) - a elite da corporação - estão nas ruas de São Paulo nesta terça-feira (21) cumprindo mandados de prisão, busca e apreensão ordenados pela Operação Lava Jato.

Segundo informações da GloboNews, as investigações miram crimes eleitorais praticados pelo ex-governador de São Paulo, José Serra (PSDB), em sua campanha de 2014 ao Senado. Ele é acusado de receber doações eleitorais não contabilizadas que totalizam R$ 5 milhões.

O fundador e acionista da empresa de planos de saúde Qualicorp, José Seripieri Júnior, também foi preso. Segundo a investigação, os pagamentos a Serra foram realizados a mando do executivo.

Agentes cumpriram mandados no gabinete de Serra no Senado, no apartamento funcional dele em Brasília e em dois imóveis do senador em São Paulo.

Em nota, o Ministério Público Federal (MPF) diz que a ação cumpre quatro mandados de prisão temporária e 15 de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Itu, Itatiba e Brasília.

Além dos mandados de prisão, busca e apreensão, o MPF pediu o bloqueio dos bens de todos os envolvidos.

Lavagem internacional
No dia 3, Serra e a filha, Verônica, foram denunciados pela Lava Jato por lavagem internacional de dinheiro e alvos da operação "Revoada", que cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao hoje senador tucano.

Revoada
denúncia do Ministério Público Federal (MPF) imputada contra Serra e sua filha, Verônica, requer reparação no valor de 936.000,00 euros (novecentos e trinta e seis mil euros) - cerca de R$ 5,6 milhões.

Segundo a Lava Jato, Serra valeu-se de seu cargo e de sua influência política para receber, da Odebrecht, pagamentos indevidos em troca de benefícios relacionados às obras do Rodoanel Sul (leia a íntegra da denúncia).

Em nota sobre a operação “revoada” e a denúncia contra o senador José Serra e a filha dele, Verônica, no início do mês a operação Lava Jato afirmou que a ação que, pela primeira vez, expõe o braço político da investigação em São Paulo, estado governado há décadas pelo PSDB, “reafirma seu compromisso com um trabalho técnico, isento e sereno”.

Acuada em meio à troca de acusações com a Procuradoria-Geral da República, que quer extinguir a força-tarefa, e diante de denúncias de compartilhamento de dados com o FBI, a Lava Jato diz na nota que vive “um momento de incertezas”.

“Em um momento de incertezas, a força-tarefa Lava Jato de São Paulo reafirma seu compromisso com um trabalho técnico, isento e sereno. As investigações seguem em sigilo”, diz o texto.