O presidente Jair Bolsonaro decidiu manter o silêncio sobre a demissão do ex-ministro da Educação Carlos Alberto Decotelli. O ex-capitão anulou a nomeação nesta quarta-feira (1º), mas ainda não se pronunciou sobre o assunto.
"O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84,caput, inciso I, da Constituição, resolve: TORNAR SEM EFEITO o Decreto de 25 de junho de 2020, publicado no Diário Oficial da União, Edição Extra, do dia 25 de junho de 2020, Seção 2, página 1, referente à nomeação de CARLOS ALBERTO DECOTELLI DA SILVA, para exercer o cargo de Ministro de Estado da Educação", diz decreto assinado por Bolsonaro publicado no Diário Oficial nesta quarta.
O ato normativo é a única manifestação do presidente sobre o tema.
Na terça-feira, o presidente participou de uma cerimônia logo após a reunião em que Decotelli apresentou carta de demissão. Na ocasião, o presidente elogiou os 23 ministros, mas não citou a queda do chefe do MEC.
Bolsonaro teria ficado “irritado” com os questionamentos no currículo do ministro indicado pela ala militar como um “técnico”. O “desmanche” no currículo ocorreu após notas publicadas por universidades internacionais e pela Fundação Getúlio Vargas - pivô da queda. Pesquisadores ainda apontam indícios de plágio na dissertação de mestrado do ex-ministro.
Nem o presidente e nem os filhos comentaram sobre a queda de Decotelli. Bolsonaro estaria esperando a escolha de um novo nome para falar sobre o assunto.
Segundo a jornalistas Renata Agostini, da CNN Brasil, os dois principais candidatos a assumir o MEC são Anderson Ribeiro Correia, reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), e Gilberto Garcia, ex-presidente do Conselho Nacional de Educação. Garcia possui o apoio da bancada evengélica e de entidade católicas, enquanto Correia é defendido pelos militares.