O senador Fernando Collor (Pros-AL) rejeitou a comparação entre Paulo César Farias, tesoureiro de sua campanha presidencial em 1989, e Fabrício de Queiroz, ex-PM investigado como comandante no esquema de rachadinha no gabinete de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Em entrevista à rádio Itatiaia nesta quarta-feira (24), Collor afirmou que os casos "não têm nada a ver" pois são situações "completamente diferentes". "É como buscar juntar lé com cré, não cola".
Envolvido em um caso de corrupção três meses após a eleição do político alagoano à Presidência, em 1989, PC Farias foi assassinado junto com sua namorada Suzana Marcolino, na praia de Guaxuma em 1996.
Protagonista do primeiro escândalo do governo Bolsonaro, Queiroz foi preso na última semana na chácara do advogado Frederick Wassef. A esposa dele, Márcia Aguiar, também teve a prisão decretada e está foragida.
Na entrevista, Collor disse ainda que a prisão de Queiroz desestabilizou emocionalmente Bolsonaro.
"A prisão começa a abalar a estrutura emocional do presidente. Ele esta visivelmente consternado e constrangido por esses problemas que o circundam. Temos que ver os desdobramentos deste fato, mas boa coisa seguramente não será".
Para o ex-presidente, é pouco provável que as Forças Armadas tenham adesão a uma tentativa de golpe de Estado.
"É pouco provável [um golpe], porque ao falar sobre intervenção militar, temos que partir do princípio de que as forcas armadas estejam dentro deste processo, e elas absolutamente não estão. Os integrantes das forças armadas estão dissociados de qualquer possibilidade de tentativa de fechamento de regime ou golpe militar. Não vejo a menor possibilidade".