Com a saída do ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido-RJ) voltou a sondar a ideia de recriar o Ministério da Segurança Pública, separado da Justiça. A pauta é uma reivindicação da bancada da bala na Câmara, que têm reunião marcada no Palácio do Planalto nesta semana para tratar do assunto.
Interlocutores afirmam que Bolsonaro aguarda o melhor momento para a mudança, por conta das resistências sobre aumentar o número de pastas.
O ex-deputado Alberto Fraga (DEM) um dos cotados para assumir a pasta, esteve na terça-feira passada no Palácio do Planalto. Na ocasião, defendeu a divisão das pastas. “Se você pegar a estrutura da Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública) e criar o ministério não há acréscimo nenhum de despesa, a não ser o salário do ministro. Só isso”, defendeu Fraga na ocasião.
No início de maio, após a demissão de Moro, Bolsonaro admitiu que Fraga teria chance de ser nomeado ministro. “É meu amigo desde 1982”, justificou.
Uma tentativa de dividir os ministérios em janeiro deste ano quase precipitou a saída de Moro do cargo. Na ocasião, Bolsonaro chegou a anunciar que estudava a separação em reunião no Palácio do Planalto com secretários estaduais de segurança. Diante da repercussão negativa e a sinalização de que estava esvaziando seu então “superministro”, recuou.
O líder da Frente Parlamentar da Segurança Pública, a chamada bancada da bala, Capitão Augusto (PL-SP), afirmou ao Estadão/Broadcast que a expectativa é recriar o ministério até o mês que vem. Na visão do deputado, é preciso se preparar para a “quarta onda” da crise do coronavírus, que envolve um possível aumento na violência no fim do ano.“A crise econômica sempre vem acompanhada de um aumento da violência. Então, seria o momento de recriar (o Ministério da Segurança), já se preparando para essa quarta onda que virá em decorrência da pandemia. A primeira onda é da saúde, a segunda da economia, terceira a da política e a quarta é da segurança”, disse Augusto.
Com informações do Estadão