Nesta sexta-feira (12), o PSDB anunciou que sua postura, diante dos mais 30 pedidos de impeachment de Jair Bolsonaro que aguardam uma análise do presidente da Câmara dos Deputados, é a de se colocar de forma contrária à abertura dos processos e defender a continuidade do presidente de extrema-direita.
A decisão é muito diferente do que foi a postura do partido nos últimos anos: desde 2015, o PSDB impulsionou o processo de impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff, através, primeiro, da postura de Aécio Neves, em se negar a reconhecer a derrota nas eleições de 2014, e depois, a lançar a acusação por pedaladas fiscais, organizada pelos advogados Miguel Reale Jr e Janaína Paschoal.
Quem anunciou a decisão de ser contra o impeachment de Bolsonaro, aliás, foi o presidente nacional da sigla, Bruno Araújo, que curiosamente foi o autor do voto decisivo na votação da Câmara dos Deputados naquele 17 de abril de 2016, que deu início ao golpe contra Dilma Rousseff. O dele foi o voto 342, que aprovou o início do processo e o afastamento da presidenta. Dias depois, Michel Temer assumiu o cargo, e nomeou o mesmo Araújo como ministro das Cidades.
Em entrevista à Folha de São Paulo, Araújo explicou que a posição do PSDB agora é diferente, porque “o impeachment é potencializar uma crise dentro da mais grave crise sanitária e econômica talvez da nossa história”.
“O PSDB teve a paciência democrática de esperar o tempo e dar as oportunidades a um governo democraticamente eleito de se instalar e trabalhar. O PSDB foi colaborativo. A principal reforma desse governo, da Previdência, foi relatada na Câmara e no Senado pelo PSDB”, explicou o ex-deputado, mostrando que o partido, ademais, apoia a política econômica do atual governo.