A operação que a Polícia Federal realiza na manhã desta terça-feira (26), no Palácio das Laranjeiras, residência oficial do governo do estado do Rio de Janeiro, e também na antiga residência do governador, confirma em parte os temores de Wilson Witzel (PSC) dos últimos dias.
De acordo com a coluna de Lauro Jardim, a sexta-feira passada foi de inesquecível tensão para Witzel. O colunista afirma que chegavam a ele rumores da iminência de uma operação policial que o alcançaria e o prenderia.
Witzel teria até entrado em contato com ministros do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, para tentar saber se os rumores eram verdadeiros.
Chumbo grosso trocado
Carlos Bolsonaro foi avisado, no final de dezembro, por um perfil com mais de 100 mil seguidores, que Witzel estaria articulando para os próximos dias uma surpresa para ele. A informação teria vindo de “fonte segura”.
De acordo com a informação, Witzel preparava uma operação de busca e apreensão na casa do filho do presidente Jair Bolsonaro. Na ocasião, “provas serão plantadas, como armas, drogas e dinheiro”.
O próprio Bolsonaro admitiu, em entrevista à rádio Jovem Pan, que temia uma operação de busca e apreensão contra seus filhos e citou preocupação em estar sendo perseguido pelo governador do Rio Wilson Witzel.
“O que é meu serviço de informações particular? É o sargento do batalhão do Bope do Rio de Janeiro, é o capitão do grupo de artilharia lá de Fortaleza, é o policial civil que tá em Manaus, é meu amigo que tá na reserva e me traz informação da fronteira. Este é meu serviço de informação particular que funciona melhor do que este que eu tenho oficialmente, que não traz informação. Esta sempre foi a minha crítica. Este problema, temos aqui o aparelhamento de instituições e não é fácil mudar isso - afirmou durante a entrevista.
Planalto esperava ação
A coluna de Andréia Sadi informa que integrantes do Palácio do Planalto esperavam, nos últimos dias, uma ação que mirasse Witzel, por suspeita de desvios na área da saúde.
A jornalista afirma ter recebido relatos, nos últimos dias, da expectativa do governo de uma ação policial para aprofundar desvios na Saúde no Rio de Janeiro. Governistas lembram que “o que mais incomodava” Bolsonaro na gestão Sergio Moro, ex-ministro da Justiça, era a "falta de foco" nos supostos desvios no Rio.
Aliados de Bolsonaro reconhecem ao blog que o governo pode ser acusado de montar uma polícia particular de Estado, e que Bolsonaro é “atacado por todos”, mas que, se há desvios do governo fluminense, é preciso investigar.
Desde a eclosão do caso do porteiro, no âmbito das investigações do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, Bolsonaro cobrava uma atuação mais contundente de Moro e da PF para investigar eventuais desvios de Witzel — mas o presidente julgava que não era atendido.