O presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido-RJ) abre a cortina do passado e escancara as portas do seu governo para velhas figuras da política. Acabam de ser reconduzidos por ele para o conselho da Itaipu Binacional, entre outros, Carlos Marun, ex-ministro de Michel Temer, e o ex-deputado e delatado da Odebrecht José Carlos Aleluia (DEM-BA).
Além deles, foi nomeado também para a hidrelétrica que fica na fronteira com Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, e Cidade del Leste, no Paraguai Itaipu, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
As nomeações foram publicadas em edição extra desta sexta-feira (15) do “Diário Oficial da União” e assinadas por Bolsonaro e o próprio ministro de Minas e Energia.
O ministro Bento Albuquerque foi conduzido pela primeira vez ao conselho. Também foram reconduzidos aos cargos de conselheiros Célio Faria Júnior e Wilson Pinto Ferreira Junior.
As nomeações valem até maio de 2024.
As nomeações estão ligadas aos partidos do Centrão. Nas últimas semanas, Bolsonaro tem articulado uma aproximação e ajeitado cargos para o grupo em vários setores do governo.
Os votos do centrão podem corresponder até à metade dos 513 parlamentares e serem decisivos na aprovação ou rejeição de uma matéria e segurar o impeachment do presidente.
Carlos Marun foi ministro-chefe da Secretaria de Governo do ex-presidente Michel Temer. Ele foi indicado ao cargo de conselheiro em Itaupu por Temer, mas afastado em março de 2019. Ele teve a nomeação questionada por uma ação popular e pelo Ministério Público Federal junto à 6ª Vara Federal de Curitiba. Em primeira instância, o pedido foi negado. Na apelação à segunda instância, o relator do processo, desembargador federal Rogério Favreto, suspendeu o ato de nomeação em liminar. No julgamento de mérito pela 3ª Turma do TRF-4, a decisão foi revertida.
Marun foi o deputado que dançou após a Câmara dos Deputados impedir o prosseguimento de denúncias contra Temer.
José Carlos Aleluia, por sua vez, apareceu na deleção da Odebrecht. Ele era suspeito de receber R$ 300 mil, via caixa 2, nas eleições de 2010, além de doação legal de R$ 280 mil nas eleições de 2014, segundo inquérito autorizado pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato à época no Supremo Tribunal Federal (STF).
Com informações do G1