Após postagem da Secretaria de Comunicação do governo do presidente Jair Bolsonaro trazendo lema nazista, o Instituto Brasil-Israel decidiu se posicionar sobre o caso. A entidade fez uma postagem nas redes sociais na noite deste domingo (10) condenando a ação.
"Não é mais necessário insistir no fato de que o Governo Federal utiliza referências do nazismo. Quem tinha dúvidas, já não as têm. Se segue no barco, compactua, pelo menos em parte, com esse ideário. A história cobrará o preço", disse o instituto, em publicação feita no Twitter.
Quatro meses depois da polêmica envolvendo o ex-secretário Especial de Cultura Roberto Alvim, a Secom divulgou um vídeo que encerrava com a frase "o trabalho, a união e a verdade nos libertará".
A frase remete ao lema nazista “o trabalho liberta” (“Arbeit macht frei”, em alemão). A mensagem era comum em campos de concentração e em alguns deles podia ser vista já na entrada.
O responsável pela secretaria, Fábio Wajngarten, fez uma postagem rebatendo uma matéria do Uol sobre os escritos. Segundo ele, a comparação é uma “ilação canalha”. “Esquecem dos ensinamentos judaicos recebidos por mim e por boa parte da minha equipe, e da tradição de trabalho do povo judeu de lutar por sua liberdade econômica”, disse ele.
Segundo Wajngarten, ele não poderia reproduzir nazismo por ser judeu. A mensagem do Instituto vai na contramão da declaração do secretário, ligado ao astrólogo Olavo de Carvalho.
Em nota publicada no dia 5 de maio, o instituto criticou o uso da bandeira de Israel em manifestações anti-democráticas promovidas por grupos bolsonaristas.