Homem é condenado a indenizar ex-senadora Vanessa Grazziotin por agressões em avião

O fato aconteceu durante o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff

(Foto: Roque de Sá/Agência Senado)
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Um homem que tentou agredir e puxar o celular à força das mãos da ex-senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) em um voo da Latam foi condenado pelo juiz Hilmar Carlos Branco Raposo Filho, da 21ª Vara Cível de Brasília, a pagar R$ 15 mil em indenizações.

Nos autos, consta que o réu teria iniciado uma discussão sobre a atuação da parlamentar no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Ao perceber que estava sendo gravado, o homem tentou puxar o celular à força da senadora.

Grazziotin havia embarcado em um voo da Latam com saída de Brasília e destino a Curitiba quando foi abordada, dentro da aeronave, pelo homem. Ele foi retirado pela Polícia Federal após a empresa aérea classificar o comportamento como ‘indisciplinado’.

Segundo o juiz, o homem decidiu, deliberadamente, iniciar uma discussão ‘de tema sensível’ dentro de um avião, ‘local absolutamente impróprio’. “Sua decisão, além de dar início a debate inócuo em razão do conhecido e triste fenômeno da polarização de posições políticas, colocou em risco a segurança das pessoas durante viagem de avião e, mais importante para a solução do caso, envolveu a exposição de sua imagem em ambiente público e com esta específica finalidade”, afirmou.

O juiz considerou ainda “legítima a iniciativa da requerente quando decidiu registrar o imbróglio no qual se encontrava envolvida, sendo inadequada a conduta do requerido em tentar impedir este registro”, disse o juiz.

Apesar de não encontrar ‘suficientemente provada’ a agressão verbal direcionada especificamente à Grazziotin, Raposo Filho reconheceu a existência de agressão física pelo uso da força contra a senadora, de forma a submetê-la a ‘constrangimento e vexame suficientes à configuração do dano moral’.

O réu alega nos autos que a ação não tem cabimento, pois estava apenas exercendo o seu direito de expressão ao criticar a senadora e o direito de preservação de imagem, ao tentar tomar, a força, o aparelho da parlamentar. A Justiça, no entanto, não acatou os argumentos.

Com informações do Estadão