O "príncipe" deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP), que chegou a ser cotado como candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro, se mostrou desiludido com o balcão de negócios montado pelo presidente para distribuir cargos e cooptar partidos do chamado Centrão.
"Não estou nem criticando porque sei que ele tem que fazer a coalizão, ele percebeu que não tem uma proposta para romper com isso. O sistema ganhou”, lamentou Orleans e Bragança ao jornal Valor Econômico.
Outros parlamentares do bolsonarismo raiz vagueiam entre a negação e a incredulidade do presidente finalmente assumir o jogo da velha política, da qual fez parte durante seus quase 30 anos de Brasília.
"Acho muito difícil o presidente Bolsonaro, o conhecendo como eu o conheço, se aliar a Roberto Jefferson ou a Valdemar Costa Neto. Acho pouco provável, não acredito”, disse o deputado Sanderson (PSL-RS), vice-líder do governo.
“Uma coisa é o Roberto Jefferson fazer manifestações de apoio. Outra é ele ser chamado para dentro do governo. Eu dificilmente apoiaria e acho que os deputados do Aliança também que não vão apoiar”, complementou.
Carlos Jordy (PSL-RJ), um dos mais fervorosos defensores do clã Bolsonaro nega que esteja havendo um "toma lá, dá cá" e diz que os partidos farão indicações "técnicas", seguindo o discurso do presidente sobre os cargos nos ministérios.
“Não acredito que esteja sendo uma questão de lotear, como era feito por outros governos. Estão adotando critérios técnicos. Se eles têm pessoas competentes e estejam gabaritadas para exercer determinado cargo por que não podem fazer indicações?”, indagou.
Jordy diz que o toma lá, dá cá é, na verdade, "negociação política". “Já rompemos com o presidencialismo de coalizão, um pouco de diálogo não faz mal pra ninguém”.