O vice-presidente, General Mourão, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, fez pouco caso das manifestações contra a quarentena. Ele falou das diferenças sócio-econômicas do Rio, que tem na Zona Sul a população rica da cidade, para dizer que a insatisfação se resume a quem está "incomodado por estar com a vida compactada".
"O que ocorre é que as pessoas estão há um mês confinadas. Claro que as pessoas que foram fazer carreata é o isolamento zona sul, com salário não afetado, que recebe comida por delivery em seus melhores restaurantes", declarou o vice.
"Essa turma está incomodada por estar com a vida compactada. Executaram o seu direito de manifestar. Foram bem pouco expressivas. Não vejo a minha vizinha do Pavãozinho protestar por estar confinada", concluiu.
Ele também afirmou que julga que o presidente não deve trocar o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
"O que ocorre é que isso é uma decisão pessoal do presidente da República. Os ministros são escolhidos por ele e permanecem até o momento em que perdem a confiança do presidente. Mas acho que existe no presente momento muita especulação, muito ti-ti-ti. (...) Julgo que o presidente não deve trocar o ministro nesse momento. Não seria favorável", disse Mourão.
"Diante do trabalho que vem sendo feito, julgo que cabe muito mais a uma conversa, chamar ele: 'Vamos acertar aqui a passada, você tem a sua opinião, e eu tenho a minha..."
Porém, Mourão disse que Mandetta "cruzou a linha da bola", uma alusão a uma falta grave no pólo.
O vice também ironizou as críticas feitas por olavistas, disse que é atacado com frequência e que precisa aprender a lidar com isso.
"Eu particularmente não dou bola. Se perguntar quantas pessoas me xingaram, me atacaram, me chamaram de comunista... Inclusive, quando me chamam de comunista, eu digo: 'Particularmente eu admiro mais os trotskistas'", ironizou, se referindo à vertente socialista que se opõe ao stalinismo.