"Se sobrenome fosse Eduardo Bananinha, não era problema", diz Mourão sobre ataque de Eduardo Bolsonaro à China

Com impeachment de Bolsonaro ganhando força, vice critica filho do presidente

Jair Bolsonaro e Hamilton Mourão (Foto: Alan Santos/PR)
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O vice-presidente general Hamilton Mourão criticou na tarde desta quarta-feira (19) a atitude do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) de atacar a China pelo novo coronavírus. Ele disse que a postura não representa o governo.

"O Eduardo Bolsonaro é um deputado. Se o sobrenome dele fosse Eduardo Bananinha, não era problema nenhum. Só por causa do sobrenome. Ele não representa o governo", disse aos jornalistas Gustavo Uribe e Ricardo Della Coletta, da Folha de S. Paulo.

"Não é a opinião do governo. Ele tem algum cargo no governo? O Ministério das Relações Exteriores está fazendo os seus contatos com o embaixador chinês", completou.

Eduardo criou um problema diplomático com um dos maiores parceiros comerciais do Brasil, a China, após acusar o Partido Comunista Chinês pela pandemia de coronavírus.

A declaração incomodou a Embaixada da China no Brasil, que disse que Eduardo "contraiu vírus mental” em Miami, nos EUA, e cobrou um pedido de desculpas.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, tratou logo de tentar consertar o problema criado pelo parlamentar, desculpando-se em nome da Câmara e ressaltando os laços entre os países. Eduardo, no entanto, acionou suas milícias virtuais contra o país asiático.

Impeachment

A fala de Mourão vem em meio a uma crescente insatisfação com a postura do presidente Jair Bolsonaro diante da crise do novo coronavírus. Pesquisa da consultoria Atlas Político divulgada nesta quinta-feira (19) pelo El País revela que 44,8% do país apoia a abertura de um pedido de impeachment de Jair Bolsonaro. Além disso, 64% dos entrevistados reprovam a forma como Bolsonaro gestionou a chegada da Covid-19