Em mais um dia de instabilidade no mercado financeiro diante da crise aprofundada pela pandemia do coronavírus, o dólar bateu novo recorde, chegando a ser comercializado a R$ 5,20, mesmo com o anúncio de interveção do Banco Central.
Após dois leilões de US$ 2 bilhões à vista, por volta das 10h30, o dólar era negociado a R$ 5,15, alta de 2,89% frente ao fechamento desta terça-feira (17). O dólar turismo está sendo negociado a R$ 5,19 para compra e R$ 5,37 para venda.
O índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) segue a tendência mundial e opera em forte queda e já está abaixo dos 70 mil pontos. Por volta das 10h20, o Ibovespa já recuava 8,16%, aos 68.529 pontos.
Para analistas, o medo vem do fato de que o mundo ainda parece longe de solucionar os problemas causados pela disseminação do coronavírus.
O movimento de venda de ativos deve seguir generalizado, mas especialmente concentrado nas ações ligadas a commodities, como Petrobras e Vale, além dos papéis das companhias aéreas.
A Petrobras, inclusive, é fortemente afetada pela baixa de 6,86% no petróleo WTI e de -3,59% no tipo Brent. As ações ordinárias caíam 10% e as preferenciais perdiam 8,46%.
Copom
No Brasil, as atenções se voltam nesta quarta-feira à decisão de juros do Comitê de Política Monetária (Copom).
Há claro crescimento das apostas de intensificação da flexibilização da política monetária, em resposta à ações semelhantes no exterior, particularmente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), que já fez dois cortes de juros de emergência e anunciou compra de títulos do Tesouro dos EUA e de commercial papers.
Também há clara intensificação da crise associada ao coronavírus no país, que fez na terça-feira sua primeira vítima fatal.