Adriano da Nóbrega tinha contas pagas pela milícia de Rio das Pedras, onde Queiroz se escondeu

Policiais encontraram uma conta de luz referente a um imóvel que Adriano declarou ser sua residência ao depor como testemunha, em 2018, no inquérito sobre a morte de Marielle Franco

Adriano da Nóbrega, Flávio Bolsonaro e Queiroz (Montagem/Reprodução)
Adriano da Nóbrega, Flávio Bolsonaro e Queiroz (Montagem/Reprodução)
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O ex-capitão do Bope, Adriano da Nóbrega, ligado ao senador Flávio Bolsonaro (Sem partido-RJ), tinha todas as contas pessoais e da família pagas pela milícia de Rio das Pedras, comunidade na zona Oeste do Rio onde Fabrício de Queiroz se refugiou quando estourou o escândalo do Coaf.

Segundo documentos apreendidos pelo Ministério Público do Rio em janeiro de 2019, Adriano - que já teve a mãe e a ex-esposa empregadas no gabinete do então deputado Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) - faturas de cartão de crédito, boletos de contas de energia e recibos em nome de Adriano eram pagos pelo homem apontado como responsável pelas finanças da milícia.

As principais contas foram encontradas no escritório de Manoel de Brito Batista, o Cabelo, apontado como o administrador da milícia. Era ele quem controlava pagamentos e cuidava do dia a dia dos negócios explorados pela quadrilha.

No local, policiais encontraram uma conta de luz referente a um imóvel que Adriano declarou ser sua residência ao depor como testemunha, em 2018, no inquérito sobre a morte de Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes.

Adriano foi morto durante operação policial há pouco mais de um mês, depois de ficar um ano foragido, vivendo no interior da Bahia. A família do ex-PM diz que ele foi vítima de uma "queima de arquivo" e os resultados de uma segunda perícia no corpo do miliciano ainda não foram divulgados.

Além de ter mãe e ex-esposa empregadas no gabinete, o miliciano foi homenageado por Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e também defendido pelo presidente Jair Bolsonaro em 2005, quando ele ainda era deputado federal.

Com informações de Ítalo Nogueira, na Folha de S.Paulo

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