A jornalista Eliane Brum publicou um texto em sua coluna no El País nesta quarta-feira (26) destacando o evidente risco de golpe que o Brasil atualmente atravessa. Para ela, o apoio do presidente Jair Bolsonaro ao ato do próximo dia 15 de março contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF), é o "primeiro movimento" que mostra a articulação contra a democracia do país.
O segundo movimento notado por Brum é o motim da Polícia Militar no Ceará. Para ela, "uma parcela significativa das PMs dos estados proclama sua autonomia, transformando governadores e população em reféns de uma força armada que passa a aterrorizar as comunidades usando a estrutura do Estado".
"Essas parcelas das PMs não respondem aos Governos estaduais nem obedecem a Constituição. Tudo indica que veem Bolsonaro como seu único líder", continua em outro trecho.
O texto da jornalista também aponta como outra evidência de que um golpe está em curso no governo Bolsonaro o fato de que o presidente tem aumentado consideravelmente o número de militares em Brasília. "Jair Bolsonaro se cerca de generais e outros oficiais das Forças Armadas nos ministérios, substituindo progressivamente os políticos e técnicos civis no Governo por fardados – ou subordinando os civis aos homens de farda nas estruturas governamentais", escreve Brum.
A jornalista então pede que as pessoas se mobilizem contra a ameaça de golpe. "Não sei se pegar uma retroescavadeira como fez o senador Cid Gomes é o melhor método, mas era necessário que alguém acordasse as pessoas lúcidas deste país para enfrentar o que está acontecendo antes que seja demasiado tarde", aconselha.