A atriz Regina Duarte, nova secretária de Cultura, quer que a TV Escola seja levada para a sua pasta. Até então, a emissora pertencia ao Ministério da Educação. Em dezembro, no entanto, o presidente Jair Bolsonaro defendeu o fim do contrato do MEC com a TV.
A ideia teria partido do ator Carlos Vereza, olavista que apresenta o programa “Plano Sequência” na emissora. De acordo com a coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo, Regina já solicitou e recebeu informações da emissora, como orçamento e conteúdo, além de já ter conversado com Bolsonaro sobre a ideia.
Sem a renovação do contrato com o MEC, a TV Escola anunciou em dezembro ao menos 70 demissões. Em novembro, os conselheiros da pasta aprovaram a renovação do contrato da emissora com orçamento entre R$ 40 e R$ 70 milhões. Apesar disso, a decisão final de Abraham Weintraub foi encerrar a parceria com a TV Escola, gerida pela Associação de Comunicação Roquette Pinto (Acerp) desde 1996, quando foi fundada.
Na época, Bolsonaro defendeu a decisão do ministro e disse que os programas transmitidos pelo canal eram todos de esquerda e seguiam os pensamentos do educador Paulo Freire, a quem se referiu como "energúmeno".
A TV, no entanto, serviu de "cabide de emprego" no início do governo Bolsonaro para seguidores do astrólogo Olavo de Carvalho. Depois de exonerados do MEC, foram contratados pela emissora Tiago Tondinelli, ex-chefe de gabinete do ministro Ricardo Vélez Rodríguez; Eduardo Freire de Melo, ex-adjunto do cargo de secretário-executivo; e Rodrigo de Almeida Morais, ex-assessor da pasta.
A emissora transmitia programas educativos e programação em Libras, acessível à população surda. Hoje, conta com 360 funcionários e colaboradores, incluindo a cinemateca e a TV Ines, que tem 10% da programação em Libras. A maior parte do conteúdo é acessado de forma online.