A exemplo do que aconteceu em Curitiba, quando procuradores da Lava Jato tentaram criar uma organização não governamental (ONG) para ficar com R$ 2,5 bilhões de um acordo da Petrobras nos EUA, os membros da força-tarefa em Brasília fizeram uma manobra semelhante para ficar com R$ 270 milhões do acordo de leniência da J&F, holding da gigante de alimentos JBS.
Segundo informações obtidas pelo site Consultor Jurídico, a manobra contou com a ajuda da ONG Transparência Internacional, que já teria recebido na última quinta-feira (3) os R$ 270 milhões, em uma manobra do conselheiro da organização e assessor informal da Lava Jato, Joaquim Falcão.
Os planos, no entanto, foram frustrados pelo Procurador-Geral da República, Augusto Aras, que detectou a manobra e bloqueou o repasse de recursos.
Aras teria comunicado a subprocuradora-geral da República Maria Iraneide Olinda Santoro Facchini, coordenadora da 5ª Câmara de Coordenação e Revisão, informando-a de que a destinação correta do dinheiro seria o Fundo de Direitos Difusos ou revertidos em favor da União.
No comunicado, Aras lembra a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que proibiu a criação da ONG pela Lava Jato em Curitiba - que ficou conhecida como "Fundação Dallagnol".
Os planos dos procuradores da Lava Jato em Brasília é semelhante, usando a Transparência Internacional para promover uma "campanha educativa" de "controle social da corrupção". Dos R$ 10,3 bilhões do acordo, a força-tarefa queria destinar R$ 2,3 bi para a ação publicitária.