Uma pequena cidade conservadora do interior de São Paulo elegeu no primeiro turno das eleições municipais, no dia 15 de novembro, seu primeiro prefeito LGBTQIA+. A chapa de Diego Singolani (PSD) derrotou com 64,28% dos votos a segunda colocada, composta por um militar e uma pastora evangélica.
Com 47 mil habitantes, Santa Cruz do Rio Pardo possui um histórico conservador em relação às eleições. No primeiro turno do pleito de 2018, 68% dos eleitores votaram no presidente Jair Bolsonaro. O então concorrente, Fernando Haddad (PT), não teve nem 7% dos votos.
"Não fui eleito por credo, cor ou raça, mas por um histórico de trabalho. Essa é a verdadeira forma de inclusão. Minha vitória foi em nome da continuidade de uma gestão, tanto que a minha coligação se chamava "O trabalho continua", defendeu Singolani, em entrevista ao jornal O Globo.
Durante a sua campanha, no entanto, o candidato sofreu diversos ataques homofóbicos. Nas rodinhas da cidade, segundo o jornal, era comum alguém perguntar quem seria a primeira-dama. "Avisa que a primeira-dama vai ser minha mãe", responde Singolani.
"Não neguei em nenhum momento minha orientação. Fui casado por nove anos com um homem, e não tenho porque esconder quem sou. Só não usei isso como lema de campanha, porque, como gestor de políticas públicas, que contemplam proteção à mulher, ao LGBT, já transito por isso. As políticas sociais devem ser para todos", completou.