A declaração do prefeito de São Paulo, Bruno Covas, de que o aumento do seu próprio salário acompanharia um reajuste no salário dos professores de 80% nos últimos 8 anos foi questionada nesta terça-feira pelo SINPEEM (Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo).
Em um comunicado, a entidade listou todos os reajustes realizados de 2012 (último ano de governo de Gilberto Kassab) até 2020, o que deixou em evidência duas tendências.
Uma delas é o crescimento durante a gestão de Fernando Haddad (2013-2016), que chegou a um reajuste de 15,38% em 2015, o maior aumento registrado nesta década.
O outro é que nos governos do PSDB, esse reajuste passou a sofrer queda drástica: com João Doria o aumento foi de apenas 7,57% em 2017 e 3,71% em 2018, e com Bruno Covas, foi menor ainda, 3,03% tanto em 2019 quanto em 2020.
O comunicado do SINPEEM, que é assinado por toda a diretoria da entidade e pelo presidente Cláudio Fonseca, também lembra que os índices, em todo esse período, “não foram concessões de Kassab, Haddad, Doria ou Covas. Foram conquistados por meio de mobilizações e greves convocadas e realizadas pelo SINPEEM”.
Os professores também alegam que mesmo a gestão de Fernando Haddad, cujo aumento foi mais generoso que as demais, também usou argumentos relativistas para resistir às demandas da categoria, e só terminou cedendo mediante negociação, apesar de também ter feito reduções – por exemplo, depois do aumento recorde de 15,38% em 2015, permitiu apenas 10% no ano seguinte.