Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), revelou a pessoas próximas que pretende julgar a parcialidade do ex-juiz Sérgio Moro na Corte em fevereiro, de acordo com informações de reportagem de Laryssa Borges, da Veja.
A depender da decisão, o processo no qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá poderá ser anulado. Além disso, os direitos políticos do petista seriam devolvidos.
O ministro havia adiantado que pretendia esperar a volta das sessões presenciais para julgar se Moro atuou com parcialidade contra Lula.
Porém, diante do cenário obscuro em relação à vacinação contra o coronavírus no país, ele deve pautar o caso em sessão remota.
O julgamento sobre a suspeição de Sergio Moro teve início em dezembro de 2018 na 2ª Turma do STF. Quando o placar apresentava 2 a 0 contra a suspeição (votos de Edson Fachin e Cármen Lúcia), foi interrompido pelo pedido de vista de Gilmar Mendes.
Novos ingredientes
Dois novos ingredientes podem interferir no prosseguimento do julgamento. A revelação, pela Vaza Jato, das mensagens trocadas entre Moro e o procurador Deltan Dallagnol, ex-chefe da força-tarefa da Lava Jato no Paraná, entre 2015 e 2018.
O outro é a recente contratação de Moro como diretor da empresa Alvarez & Marsal, que atua na recuperação judicial da Odebrecht.
Gilmar Mendes é responsável por decidir quando devolverá a vista e, enquanto presidente da 2ª Turma, agendar a data para o prosseguimento do caso. Além de Gilmar, faltam votar os ministros Ricardo Lewandowski e Nunes Marques