O jornalista investigativo Amaury Ribeiro Jr., autor do livro 'A Privataria Tucana' e colunista do portal Uol, foi condenado em primeira instância nesta terça-feira (22) junto a outras quatro pessoas por ter obtido "dados protegidos por sigilo fiscal" de pessoas ligadas ao senador José Serra (PSDB-SP), entre elas, a filha Veronica Serra, e Eduardo Jorge, ex-vice-presidente do PSDB.
“O réu (Amaury Ribeiro) solicitou a obtenção de dados protegidos por sigilo fiscal, pagando a intermediários para o ‘serviço’. Ora, se os únicos meios lícitos possíveis para a obtenção de dados fiscais seriam a autorização dos próprios interessados ou ordem judicial, é óbvio que o réu tinha a consciência sobre o emprego de meios ilícitos em sua solicitação. Quando ao uso de documento falso se assumiu o risco, mas, tendo havido o pagamento de valores, é correto afirmar a existência de dolo direto para a prática de corrupção”, diz trecho da sentença da juíza Barbara de Lima Iseppi revelado pelo Estado de S. Paulo.
Iseppi impôs uma pena de 7 anos e 10 meses de reclusão ao jornalista por supostamente oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público. quebra dos sigilos fiscais, em 2010, de pessoas ligadas ao senador José Serra (PSDB), entre elas, a filha do tucano, Veronica Serra, e o então vice-presidente executivo do PSDB, Eduardo Jorge.
No processo, Amaury alega que “jamais pagaria pela obtenção de dados fiscais sigilosos de qualquer cidadão”. O jornalista pode recorrer da decisão.
O jornalista é o autor do livro Privataria Tucana, lançado em 2010 e finalista do Prêmio Jabuti. A publicação revela corrupção nas privatizações de estatais durante o governo de Fernando Henrique Cardoso e tem Serra como um dos personagens principais.