Em entrevista, hacker de Araraquara afirma que Lava Jato queria prender Toffoli e Gilmar Mendes

Walter Delgatti Neto disse em conversa com a CNN Brasil que “eles (procuradores da Lava Jato) tentavam de tudo para chegar ao Gilmar Mendes e ao Toffoli”

Walter Delgatti Neto, o "hacker de Araraquara" (foto: reprodução CNN)Créditos: Reprodução/CNN
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Os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes e Dias Toffoli eram alvos dos procuradores da Operação Lava Jato, é o que afirmou o hacker Walter Delgatti Neto, em entrevista à CNN Brasil.

“Eles tentaram falar que o Toffoli tentou reformar o apartamento e queria que a OAS delatasse o Toffoli, eles quebraram o sigilo do Gilmar Mendes na Suíça, do cartão de crédito, da conta bancária dele, eles odiavam o Gilmar Mendes, falavam mal do Gilmar Mendes o tempo todo”, contou Delgatti, também conhecido como “hacker de Araraquara”.

Delgatti ficou conhecido a nível nacional por ter divulgado conversas privadas dos procuradores da Lava Jato com o ex-juiz Sergio Moro, em maio de 2019. Seu vazamento foi a base da série de reportagens do The Intercept Brasil conhecida como “Vaza Jato”.

Em outro trecho da entrevista à CNN, o hacker relatou que “com o Barroso (ministro do STF) eles (procuradores da Lava Jato) tinham um laço bem próximo. O Barroso e o Deltan (Dallagnol) conversavam bastante, (sobre) vida pessoal. Inclusive o Barroso, em conversas, auxiliava o que colocar na peça, o que falar. Um juiz auxiliando, também, o que deveria fazer um procurador”.

Na entrevista, Delgatti confessou que chegou até o jornalista estadunidense Glenn Greenwald, do The Intercept Brasil, através de Manuela D’Ávila, a quem havia contactado anteriormente. Também garantiu que Greenwald jamais ofereceu dinheiro pelo conteúdo entregue por ele.

Em nota enviada pela assessoria, Luís Roberto Barroso afirmou que nunca conversou com alguém usando o Telegram e que as declarações do hacker são falsas.

"O ministro Luís Roberto Barroso nunca teve o aplicativo "Telegram" e, consequentemente, jamais conversou com alguém utilizando essa plataforma. O Ministro jamais prestou qualquer auxílio a procurador da Lava Jato sobre o que colocar em alguma peça. Mais que isso, ele nunca sequer conversou com qualquer procurador da Lava Jato sobre mérito de processos da competência deles. Trata-se de informação falsa", diz a nota.