A idolatria dos Bolsonaro pelo torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, um dos maiores facínoras da última ditadura militar no Brasil (1964-1985) voltou a se mostrar evidente em uma entrevista “de pai para filho”, na qual o presidente Jair Bolsonaro conversou com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), em vídeo para seu canal no YouTube.
Entre os vários assuntos do bate-papo, não poderia faltar a apologia à ditadura militar, que ficou concentrada nos elogios ao coronel Ustra, responsável pela tortura, desaparição e morte de centenas de opositores ao regime ditatorial nos Anos 70.
O mandatário fez propaganda do livro de Ustra, “A Verdade Sufocada”, e afirmou que este “narra fatos, como os presos, não era preso político não, terroristas, eram tratados no DOI-CODI de São Paulo com toda a dignidade, inclusive as presas grávidas (…) uma história realmente verdadeira, para quem não quer ser manipulado pela esquerda”. Em seguida, em outro comentário estimulado por pergunta do filho Eduardo, Bolsonaro classificou o torturador como um “grande brasileiro”.
Segundo a Comissão da Verdade, Carlos Alberto Brilhante Ustra foi comandante do DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informação - Centro de Operações de Defesa Interna) entre 1970 e 1974, período em que foram contabilizadas 434 mortes e desaparecimentos no país.
Também há 358 casos de torturas realizadas por Ustra, incluindo mulheres e crianças entre essas vítimas – os nomes mais conhecidos entre elas são o da atriz Bete Mendes e o da ex-presidenta Dilma Rousseff.