O caso de assédio sofrido pela deputada Isa Penna (PSOL) em uma sessão da Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) chegou ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, que deverá analisar a conduta do assediador, o deputado Fernando Cury (Cidadania).
O problema é que entre os nove membros dessa instância há apenas uma mulher: Maria Lúcia Amary (PSDB), que também é a presidenta do Conselho.
Tal desequilíbrio sensibilizou o deputado Carlos Giannazi, colega de partido da vítima. Giannazi é o único representante do PSOL que é titular no Conselho. Porém seu partido conta com a deputada Érica Malunguinho como suplente.
Para que o julgamento do caso de Isa Penna seja menos desequilibrado, Giannazi decidiu ceder o seu voto nesse caso à colega de partido, e assim Malunguinho passa a ser a segunda mulher no colegiado que julgará a conduta de Cury.
A representatividade não é mero detalhe, já que alguns colegas homens defenderam Fernando Cury no plenário da Alesp. Por exemplo, o deputado bolsonarista Gil Diniz (ex-PSL, atualmente sem partido) chegou a fazer um discurso aos berros no qual cometeu outro ataque machista, agredindo aos berros a deputada Mônica Seixas (PSOL).