O ex-governador do estado e atual deputado federal, Aécio Neves (PSDB), foi denunciado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), nesta sexta-feira (18), junto com mais outras 15 pessoas pelos supostos crimes de peculato, corrupção e lavagem de dinheiro na licitação e obra da Cidade Administrativa, sede do governo de Minas Gerais.
Segundo o MP, todas as empreiteiras, a convite do então governador Aécio Neves, se uniram "para fraudar a licitação e repartir ilicitamente os contratos para a execução das obras".
O prejuízo para os cofres públicos supera R$ 50 milhões.
Segundo as investigações, os valores contratados para a Cidade Administrativa eram superfaturados "em razão da absoluta inexistência de competição na licitação".
O MP diz ainda que 3% do montante pago às empreiteiras foi entregue ao então governador Aécio Neves como propina. Um diretor da Codemig seria o responsável por repassar os valores.
Parte do dinheiro foi pago "por meio de contratos fictícios e, ainda, por valores entregues a terceiros, em evidente conduta de ocultação e lavagem de dinheiro", aponta o MP.
"As investigações foram aprofundadas pelo MPMG, que celebrou colaborações com outros três executivos de duas das nove empresas conluiadas, os quais corroboraram, integralmente, os primeiros atos de colaboração."
A denúncia foi oferecida por meio da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público de Belo Horizonte e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
Defesa fala em precipitação
A defesa do deputado Aécio Neves lamentou "a precipitação e o absurdo da denúncia apresentada pelo Ministério Público".
"A obra citada, concluída há mais de 10 anos, foi realizada de forma exemplar, com os preços apresentados na licitação considerados abaixo dos de mercado pelo próprio MP à época e considerada correta por todos os órgãos de controle como TJ e TCE. O edital foi aprovado pela AGE e submetido previamente ao MP", diz a nota.
Com informações do UOL