O Pastor Everaldo, ex-presidente nacional do PSC, chorou, pediu “clemência” e “misericórdia” durante o depoimento que deu ao Tribunal Especial Misto que julga o impeachment do governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), nesta quinta-feira (17). Everaldo está preso há mais de cem dias.
Ele não respondia a nenhuma das perguntas que eram feitas pelos integrantes do tribunal, formado por deputados estaduais e desembargadores do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro). Alegava ser réu em processo no Superior Tribunal de Justiça (STJ) pelos mesmos fatos eu levaram ao processo de impeachment de Witzel: acusação de participar de fraudes em compras na área da saúde durante a pandemia do novo coronavírus.
Em vez de dar informações que lhe eram pedidas, Everaldo alegava estar em “situação emocional muito difícil” e pedia clemência. “Peço perdão ao senhor, peço perdão ao tribunal, peço perdão aos deputados, eu estou arrasado”, dizia, em sessão transmitida pela internet.
Para tentar convencer que não responderia, começou a chorar. E disse: “Tenho pai que fez 88 anos e eu não pude abraçar semana passada, eu estou com filho com covid, internado no hospital, pode morrer a qualquer hora”.
As tentativas dele irritaram os integrantes da comissão. O presidente do TJ-RJ, Claudio Mello Tavares, retrucou: “Eu compreendo o senhor, o estado de saúde que acomete várias pessoas que estão com Covid-19 neste país. Infelizmente, tem algumas que não têm nem assistência médica, tendo em vista o que ocorreu neste estado”, afirmou. E prosseguiu, exigindo então respostas: “Estamos aqui para apurar esses fatos gravíssimos. Houve muito sangue aqui no estado do Rio de Janeiro por conta dos fatos que estamos discutindo e queremos apurar quem é o responsável por isso”, afirmou.
Mas houve uma pergunta que ele não se furtou a responder. Quando questionado se confirmava a informação que consta na delação pelo ex-secretário de Saúde Edmar Santos, de que ele teria recebido R$ 15 mil das mãos de Witzel, ele disse: "Nunca recebi R$ 15 mil ou qualquer dinheiro do governador Witzel".
Everaldo, preso desde agosto, foi quem batizou o então deputado federal Jair Bolsonaro, em uma cerimônia nas águas do rio Jordão, em Israel, no dia 12 de maio de 2016.
Com informações do UOL