O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reafirmou, em conversa pelo YouTube com seu filho, o deputado federal, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que os presos políticos, "terroristas", segundo palavras do presidente, eram tratados "com dignidade" durante a ditadura militar.
"Não eram presos políticos, eram terroristas. E eram tratados no DOI-CODI com toda a dignidade", afirmou Bolsonaro, que voltou a mostrar o livro “A Verdade Sufocada”, do coronel Brilhante Ustra, torturador do período militar.
O presidente disse também que existem interesses, dentro do país e no exterior, na morte dele. "Tem um interesse muito grande em me matar. Minha vida continua em risco, porque tem muita gente interessada, de dentro e de fora do Brasil", afirmou.
Não há nenhuma investigação pública da PF (Polícia Federal) em andamento nesse sentido.
"No que depender de mim, a arma vai ser bastante democratizada no Brasil. Povo armado jamais será escravizado", repetiu.
Para finalizar, também falou, de novo, das suspeitas que mantém sobre o sistema de votação pela urna eletrônica. "Esse sistema eletrônico... eu não confio nele. Acredito que 70% ou mais não acreditam", estimou.
Mortos e torturados
A Comissão Nacional da Verdade, em seu relatório final, reconheceu 434 mortes e desaparecimentos políticos entre 1946 e 1988, dos quais a maioria ocorreu no período da ditadura militar.
Segundo o relatório "Brasil: Nunca Mais", pelo menos 1.918 prisioneiros políticos atestaram ter sido torturados entre 1964 e 1979 (15 de março de 1979 era a data-limite do período a ser investigado). O documento descreve 283 diferentes formas de tortura utilizadas na época pelos órgãos de segurança.