Tramita no Congresso Nacional um projeto de lei que obriga a preservação do sigilo sobre a condição de portador do vírus HIV, assim como de hepatite crônica, hanseníase e tuberculose, em diversas instâncias. O objetivo é evitar o preconceito e exclusão.
A medida vale para o atendimento em serviços de saúde, mídia e audiovisual, instituições de ensino, locais de trabalho, administração pública, segurança pública e processos judiciais.
Para o deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP), relator do projeto, “o risco da exposição de um sigilo médico, que é direito de todo mundo, para as pessoas com tuberculose e hanseníase, são os principais motivos para as pessoas não irem fazer o diagnóstico. Com isso, ao não fazer o diagnóstico, não se tratam e não bloqueiam a transmissão”.
O projeto diz que o sigilo só poderá ser quebrado nos casos determinados por lei, por justa causa ou por autorização da pessoa portadora do vírus. O PL 7658/14 já passou pelo Senado e deve ser votado na Câmara ainda este ano.
Na última semana, o deputado encaminhou um pedido para que o Tribunal de Contas da União (TCU) apure a suspensão de exames de HIV, Aids e hepatites virais pelo Sistema Único de Saúde (SUS) determinada pelo Ministério da Saúde. A medida foi tomada porque o governo Bolsonaro deixou vencer o contrato de fornecimento desses testes.
O deputado baseou seu requerimento em reportagem do jornalista Mateus Vargas, do Estadão. Segundo o texto, os contratos venceram em novembro e apenas em outubro o ministério lançou um pregão para selecionar um novo fornecedor. No entanto, o procedimento fracassou porque a empresa que ganhou a disputa não apresentou os documentos necessários.