De acordo com estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a cesta com produtos característicos de Natal do brasileiro vai estar 10% mais cara neste ano. Curiosamente, as vendas serão maiores do que o previsto inicialmente.
De acordo com a entidade, a data mais importante para o varejo brasileiro deve movimentar R$ 38,1 bilhões neste ano. A projeção de crescimento real foi revisada e o crescimento real no volume vendido foi de 2,2% para 3,4%, em relação ao mesmo período de 2019.
A CNC avaliou a movimentação dos preços de uma cesta composta pelos 214 itens mais consumidos nesta época do ano, agrupados em 30 categorias de bens e serviços.
Por outro lado, para piorar ainda mais, a entidade estima a abertura de 70,2 mil vagas temporárias para o Natal no varejo, o que significaria uma retração de 20% em relação aos 88 mil postos gerados no ano passado.
Os preços subiram 9,4%, em média, nos 12 meses encerrados em novembro, de acordo com os dados compilados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo IBGE. É a maior variação desde 2015, quando os preços desses mesmos itens subiram 11%.
Os itens que mais subiram foram os alimentos (16%), seguidos de joias e bijuterias (15%) e depois aparelhos de TV, som e equipamentos de informática (14,7%).
O economista Fabio Bentes, responsável pelo estudo da CNC, afirma que as principais altas têm influência da valorização do dólar ante o real. "Tem muita pressão do dólar. Não só sobre os alimentos. Aparelhos de TV, som e informática têm muito componente importado e montado aqui, ou o produto em si é importado mesmo. Em novembro, o dólar teve uma valorização de 26% ante o real em relação ao patamar de novembro de 2019. No entanto, as cotações de setembro e outubro são as mais importantes para os preços natalinos, quando são feitas as encomendas. Em setembro, o dólar estava 35% acima do patamar de um ano antes. Em outubro, o dólar acumulava uma valorização de 44,1% em um ano", disse o economista.
Por outro lado, as passagens aéreas (-25,2%), as passagens de ônibus intermunicipais (-8,9%), brinquedos (-7,9%), roupas e sapatos estão mais baratos agora do que às vésperas do Natal passado.
Com informações do jornal O Estado de S. Paulo