A Polícia Federal desencadeou nesta quinta-feira (10) a operação Segunda Parcela para combater fraudes envolvendo o auxílio emergencial em 14 estados. No Rio de Janeiro, equipes das polícias Militar e Federal que atuam na operação foram recebidas à tiros na Rocinha, na Zona Sul.
Moradores da região relataram disparos de arma de fogo, além de sons de explosivos e fogos de artifício por volta das 6 horas da manhã.
No Rio, são quatro mandados de prisão e quatro de busca e apreensão. As contas bancárias de quatro investigados, sendo três de uma mesma família que mora na Rocinha, foram bloqueadas. O endereço do quarto suspeito não foi divulgado.
A operação, de acordo com a PF, é a maior já realizada para coibir irregularidades no pagamento do benefício, que já contemplou mais de 67 milhões de pessoas no país
Até o momento, foi determinado o bloqueio de até R$ 650 mil, valor diluído em várias contas que receberam benefícios de forma fraudulenta.
Quem recebe o benefício indevidamente, pode responder criminalmente pela infração mesmo sem fazer parte de algum esquema criminoso.
O pagamento da nona e última parcela prevista do auxílio emergencial para beneficiários do Bolsa Família começou nesta quinta-feira. Os primeiros 1,6 milhão de contemplados são aqueles com Número de Identificação Social (NIS) de final 1. O pagamento não inclui o 13º salário, que chegou a ser prometido pelo governo federal, mas não se concretizou.
O valor refere-se à quarta cota de R$ 300 (auxílio emergencial extensão), após o pagamento de outras cinco parcelas regulares de R$ 600. O saque imediato poderá ser feito com o cartão magnético do programa social, por um grupo por dia, em agências da Caixa Econômica Federal, casas lotéricas ou correspondentes bancários.
Militares rceberam irregularmente
Em maio deste ano, o Ministério da Defesa identificou que militares vinculados à pasta receberam o valor de forma irregular.
Em nota, o ministério informou que iniciou uma investigação para apurar possíveis irregularidades no processo, sem divulgar o número de casos.
“O Ministério da Defesa informa que foi identificada, com o apoio do Ministério da Cidadania, a possibilidade de recebimento indevido de valores referentes ao auxílio emergencial concedido pelo Governo Federal no período de enfrentamento à pandemia do novo coronavírus, por integrantes da folha de pagamentos deste Ministério”, diz a nota.