Uma série de fake news propagadas pelo prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos), levou a Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) no Rio a denunciá-lo por difamação eleitoral e propaganda falsa em campanha. A denúncia contra ele e sua candidata a vice, Andréa Firmo, foi protocolada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) nesta quinta-feira (26).
A denúncia lista uma série de declarações e materiais de campanha de Crivella que propagaram mentiras. Para a PRE-RJ, os crimes foram praticados com dolo. Isso porque foram divulgados fatos em eventos de campanha que depois o prefeito veio a reconhecer em entrevista de jornal que não correspondiam à verdade.
No primeiro turno, durante debate da TV Bandeirantes entre os candidatos à Prefeitura do Rio, o atual prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) disse que, se eleito, o PSOL iria distribuir um “kit gay” nas escolas municipais. O partido entrou com queixa-crime contra ele.
Depois de passado o primeiro turno, no dia 19 de novembro, foi divulgado o já famoso vídeo mentiroso em que ele fala de uma suposta aliança que estaria sendo formada entre o PSOL e seu adversário no segundo turno, Eduardo Paes (DEM), a qual teria como consequência a “pedofilia” nas escolas municipais. O vídeo tem a participação do deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ), que o publicou em suas redes sociais.
O PSOL também entrou com pedido de direito de resposta nesse caso. Nesta sexta-feira (27), a Justiça Eleitoral condenou Crivella a publicar a resposta do partido em suas redes sociais em 12 horas.
As procuradoras Silvana Batin e Neide Cardoso de Oliveira encontraram ainda mais uma tentativa de Crivella de disseminar a ideia de que o “kit gay” seria distribuído caso ele não seja eleito. Panfletos de sua campanha distribuídos nos dias 21 e 22 de novembro traziam foto de Paes e Freixo em cima e dele e sua vice embaixo. O folheto dizia: “Paes e seus amigos defendem legalização do aborto, liberação das drogas, kit gay nas escolas. Crivella e Andrea Firmo são contra legalização do aborto, liberação das drogas, kit gay nas escolas”.
Para as procuradoras, o uso do termo “kit gay” foi feito de modo pejorativo e reiterado desde as eleições de 2018. Por isso, nos dois casos elas consideraram que foi difamatório.