Eleito governador de São Paulo sob a alcunha do Bolsodoria, João Doria (PSDB) disse que está arrependido de ter trabalhado pela eleição de Jair Bolsonaro (Sem Partido) e por ter pegado carona na campanha do presidente em entrevista a Pedro Venceslau, no jornal O Estado de S.Paulo nesta segunda-feira (23).
"A eleição do Bolsonaro foi um grande erro para o Brasil. Eu não mantenho meu compromisso diante de um equívoco tão grande. O Bolsonaro prometeu um país liberal, economia globalizada, combate à corrupção. E não fez", respondeu, ao ser indagado se estava arrependido do Bolsodoria na eleição de 2018.
Protagonizando um embate político com o presidente por causa da vacida contra a Covid-19, Doria disse que só Bolsonaro politiza a medicação.
"Os governadores estão unidos. Todos defendem as vacinas, a vida, e não a politização nem da vacina nem da covid. O único que faz essa defesa hoje se chama Jair Bolsonaro", disse Doria.
Buscando marcar território contra o avanço de Luciano Huck junto aos liberais para uma possível candidatura à presidência em 2022, Doria se coloca como aglutinador das forças "à favor do Brasil", evitando dizer que uma frente ampla deve ser "contra Bolsonaro".
O tucano ainda faz acenos a Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede) para a frente que, segundo ele, deve excluir apenas os "extremos".
"Não devemos excluir ninguém que tenha esse sentimento. Todos que têm esse sentimento são bem-vindos, até mesmo os que no passado praticaram posições mais extremistas, mas que possam ter mudado e estejam hoje no campo do diálogo", respondeu ao ser indagado sobre a possível inclusão de Ciro e Marina no grupo que busca articular.