Fora do governo por obra de Carlos Bolsonaro - que mobilizou a milícia digital por um tuite fake com críticas ao pai atribuído ao militar -, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz construiu um imbróglio para justificar à revista Veja o autoritarismo de Jair Bolsonaro na Presidência.
Em entrevista à publicação, Santos Cruz afirma que Bolsonaro instaurou "o comunismo de direita" e, ciente do viés partidário da revista, disse que o governo virou um "PT verde-amarelo".
"Todo regime comunista totalitário divide para facilitar a manipulação. Depois, você ataca pessoas, não ideias. É um assassinato de reputações: todas as pessoas de que você não gosta não prestam", disse o militar, atribuíndo ainda o "culto à personalidade" ao enredo.
"Temos ainda o culto à personalidade: é o mito, o messias, o cara designado por Deus. Isso tudo é uma técnica que quem consagrou foi o sistema totalitário, foi o comunismo. É o contrário de democracia”, afirmou.
Santos Cruz ainda criticou os militares que seguem alinhados a Bolsonaro, dizendo que eles estariam "encantados" pelo presidente.
“Missão de quem? Divina? Há muitas distorções, não tem ninguém com missão nenhuma. Muita gente se encanta, né?”, relatou.
O militar, no entanto, exime-se da responsabilidade por fazer parte do governo - sendo que foi demitido e não pediu para sair.
“Na campanha foi dito tudo o que o povo queria ouvir: não iria ter reeleição, iriam acabar com a corrupção e com o Centrão. Agora, o presidente está governando para a reeleição dele desde o primeiro dia, não tem nenhum plano de combate à corrupção e os cargos foram distribuídos para o Centrão administrar melhor o dinheiro público”.