Covas diz que tirou foto com Bolsonaro "por educação" e sinaliza que Republicanos, de Russomanno, estará no governo

Em entrevista à Folha, atual prefeito de São Paulo tenta associar Boulos ao PT para reacender o eleitorado antipetista na capital

Covas tira selfie com Bolsonaro, Doria e Ramos (Foto: Reprodução / Instagram)
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Prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Bruno Covas (PSDB) afirmou em entrevista à Folha de S.Paulo que a "selfie" que tirou com o presidente Jair Bolsonaro, o governador João Doria (PSDB) e o ministro Luiz Eduardo Ramos ocorreu por "educação".

"Uma coisa é ser educado. Uma coisa é você, como prefeito da cidade, cumprimentar o presidente, o que não tem nenhuma relação com concordar com o que ele faz ou fala. Corresponde ao meu jeito de ser", afirma.

Sobre o apoio que recebeu de Celso Russomanno (Republicanos), candidato do presidente derrotado no pleito, Covas diz que é um movimento normal de segundo turno. Ele sinaliza, no entanto, que não se trata de um simples apoio: o partido do deputado poderá entrar para o seu governo, caso reeleito.

"A gente não fez divisão sobre o governo. Passada a eleição, conversaremos com todo mundo", afirma.

Na entrevista, Covas também tentou associar a imagem de Guilherme Boulos (PSOL), seu adversário no segundo turno, ao PT. As colocações do atual prefeito mostram sua tentativa de reacender o eleitorado antipetista na capital paulista.

Para ele, há uma retomada do espaço de Boulos sobre o PT, o que "mostra um pouco o envelhecimento das lideranças do PT, a dificuldade que eles têm para se renovar na cidade. O PSOL ocupou. Isso mostra também que é a mesma raiz, a mesma linha, a mesma matriz ideológica. Eles têm uma atuação conjunta".

Covas também negou que considere Boulos um "radical", apesar de ter adotado um discurso de "combate aos radicais" em sua campanha de segundo turno. "Eu não falei que ele é um radical. Eu falei que São Paulo vai vencer os radicais", disse.