Internautas levaram a hashtag #crivellaimpugnado a ser, nesta terça-feira (17), um dos assuntos mais comentados do Twitter. Isso porque o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos), está sendo julgado nesta semana pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em uma ação que avalia sua inelegibilidade. Ele está no segundo turno das eleições para a Prefeitura do Rio, concorrendo contra Eduardo Paes (DEM).
O julgamento deve ir até a quinta-feira desta semana e, por ora, o placar está 1 a 1: o relator Mauro Campbell votou a favor de Crivella, e o ministro Edson Fachin, contra. Faltam cinco votos, que são depositados eletronicamente.
Nos comentários, os usuários da rede social apelam para que o TSE “arrume o terrível erro que os cariocas cometeram” e dizem que, diante disso, “a esperança é a última que morre”, entre outros comentários.
Mas talvez seja cedo demais para esses tuiteiros terem esperança. Isso porque, mesmo que desfavorável ao prefeito do Rio, o resultado do julgamento pode não influir na votação de 29 de novembro.
Crivella foi julgado em setembro pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ) e considerado inelegível por 7 votos a 0 (leia mais abaixo para entender o caso). Sua defesa recorreu ao TSE para que ele disputasse as eleições e conseguiu uma decisão chamada efeito suspensivo, concedida por Campbell. Com isso, o prefeito conseguiu registrar sua candidatura e concorrer.
O julgamento que se desenrola nesta semana se refere a um pedido do Ministério Público Eleitoral (MPE), que recorreu dessa decisão de Campbell. Caso Crivella seja derrotado, ainda assim ele pode estar na urna no segundo turno. Isso porque sua candidatura ainda fica válida. Para tirá-lo da disputa, é necessário que outro recurso contra o registro eleitoral da chapa esteja pendente de análise e seja decidido contra ele.
O mérito da ação, ou seja, se a decisão do TRE-RJ acerca da inelegibilidade de Crivella, não está sendo avaliado nesse momento pelos ministros.
O caso
Crivella foi declarado inelegível em setembro em ação apresentada pelo PSOL e pela Procuradoria Regional Eleitoral (PRE), sob acusação de abuso de poder político.
O episódio que levou à condenação foi um evento na Comlurb em que o filho do bispo, Marcelo Hodge Crivella, foi lançado como pré-candidato a deputado federal.
Por 7 votos a zero, os desembargadores decidiram que o prefeito deve ficar inelegível. O relator Cláudio Dell’Orto ainda aplicou multa de R$ 106 mil.
“É patente que a utilização de bens móveis da Comlurb, bem como de funcionários em horário de expediente serviu aos interesses eleitorais dos candidatos investigados, a confirmar as imputações feita relativas a práticas de condutas vedadas por abuso de poder político”, disse o relator.