O presidente Jair Bolsonaro se reuniu nesta segunda-feira (5) com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, para debater sobre o futuro do Renda Cidadã em meio à troca de farpas públicas entre o parlamentar e o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Conforme o próprio presidente anunciou, ele participou de um café da manhã ao lado de Maia. A conversa foi sobre o programa de transferência de renda defendido pelo centrão como forma de substituir o Bolsa Família e contou com a participação do ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, e o senador Marcio Bittar (MDB-AC), relator da PEC Emergencial, onde está inserido o Renda Cidadã, no Congresso.
Segundo informações da jornalista Basília Rodrigues, da CNN Brasil, a pauta consistiu basicamente na forma de financiamento do programa após a recusa de Paulo Guedes à proposta de usar precatórios e recursos do Fundeb para o custeio. A "opção", que buscava driblar o teto de gastos, foi enxergada como uma "pedalada".
Entre as alternativas apresentadas está a taxação de lucros e dividendos - defendida por partidos de oposição para o financiamento de programas sociais - e um plano de corte de gastos que envolve o congelamento de salários e progressões de servidores, além de redução de jornada e remuneração.
À Folha, Bittar garantiu que a proposta, que deve ser apresentada na quarta-feira (7), vai passar pelo crivo da equipe econômica e irá respeitar o teto. "É uma decisão de todo mundo, liderado pela equipe econômica, pelo ministro Paulo Guedes. Quaisquer que sejam elas [soluções], será dentro do teto", declarou.
O relator ainda minimizou as intrigas entre Guedes e o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, por conta do Renda Cidadã. "Houve turbulência, é normal. São relações humanas. E agora as coisas, a meu juízo, entraram no eixo de novo", afirmou.
O governo estaria ainda articulando uma reunião de reconciliação entre Guedes e Maia.