O bolsonarismo já teria candidato para a disputa pela presidência da Câmara dos Deputados. Se trata de Arthur Lira (PP-AL), um dos parlamentares líderes do chamado “Centrão” – esse setor que Jair Bolsonaro sempre fez parte quando deputado, depois desdenhou durante seu tempo de campanha, quando se apresentou como defensor da “antipolítica”, mas que voltou a abraçar agora, como presidente.
Quem afirmou sobre a preferência do Planalto por Lira foi o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em entrevista à Folha de São Paulo, publicada neste sábado (31).
Perguntado sobre que achava que Lira seria o candidato do Bolsonaro, Maia respondeu que tinha mais que uma mera impressão. “O Bolsonaro está dizendo isso para os partidos, pelo menos é o que estão me dizendo. E acho que é legítimo ele ser o candidato do Bolsonaro. Não tem problema nenhum. O Arthur é um ótimo líder e, tendo o apoio do presidente Bolsonaro, é um candidato forte”, comentou.
Em outro ponto da entrevista, Maia assegurou que não aceitará um acordo que exclua partidos de esquerda da disputa pela presidência da Câmara, dizendo que “não é uma questão numérica, é uma questão de respeito à minoria, principalmente na casa da democracia”.
O presidente da Câmara também disse considerar “irrelevante” as ofensas que recebeu do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que o chamou de “Nhonho” em um tuíte publicado durante a semana.
“A gente vive tantos problemas mais graves no Brasil, as mortes pela Covid, agora o recorde da taxa de desemprego. Acho que as palavras do ministro Salles são cada vez mais irrelevantes, não? A gente deve focar no que é fundamental. Até porque na área em que ele é ministro, infelizmente é um vexame enorme para o Brasil”, declarou Maia.