O gasto do brasileiro médio continua subindo vertiginosamente durante o governo de Jair Bolsonaro. Desta vez foi a carne suína, que registrou aumento de entre 30% e 50% neste mês, em comparação com outubro de 2019, problema que foi identificado em diferentes localidades do país.
Os números são de uma pesquisa realizada pelo portal UOL em diversas cidades brasileiras. Os números do portal mostram que, em diferentes regiões do interior de São Paulo, o preço do quilo de pernil pode variar entre 17,90 e 23,90 reais. Já o lombo pode ser encontrado com valores com diferença ainda maior, entre 19,50 e 30,50 reais o quilo.
Assim como aconteceu com outros produtos que estão entre os mais consumidos pelas famílias brasileiras, como o arroz, o feijão e a carne bovina, no caso da carne de porco, os fatores que desencadearam o aumento também foram o aumento do custo de produção (especialmente do milho e da soja, cujos preços também dispararam) e as exportações para a China.
Claro que tal situação acaba afetando muito mais as famílias pobres, com renda de até dois salários mínimos – que usam, em média, 26% do que ganham para comprar comida.
O preço do conjunto de alimentos básicos que um adulto precisa para se manter por um mês subiu em 17 capitais brasileiras em setembro. Esses preços são pesquisados todos os meses pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) exatamente em 17 cidades. Na média, segundo o órgão, o brasileiro usou um valor correspondente 51,22% do salário mínimo líquido para comprar a alimentação básica em setembro.
A cidade onde essa cesta de alimentos mais subiu em setembro foi Florianópolis, 9,8%. Foi também onde os pesquisadores constataram que ela sai por um preço maior: R$ 582,40. As outras duas capitais onde a cesta mais subiu foram Salvador (9,70%) e Aracaju (7,13%).
Em São Paulo, os preços dessa cesta aumentaram 4,43% em setembro. Seu valor médio no mês foi de R$ 563,35. Na capital paulista, a variação dos preços desse conjunto de alimentos foi de 11,22% e, em 12 meses, 18,89%.
A matéria do UOL traz ainda a declaração de Iuri Pinheiro, consultor da ABSC (Associação Brasileira dos Criadores de Suínos), que considera que os preços da carne suína deverão subir ainda mais nos próximos meses. “Como a demanda está alta, tanto nacional quanto internacional, o preço vai se manter em alta. Não há indicativo, pelo menos por enquanto, de que o valor vá baixar”, argumentou.