Documentos exclusivos obtidos pela revista Veja, que foi às bancas nesta sexta-feira (30), revelam que o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), além dos salários, concedia polpudas gratificações a assessores. Os extras chegam a somar 3,035 milhões de reais.
Carlos Bolsonaro é alvo de um inquérito, instaurado em agosto do ano passado, que apura a contratação de funcionários-fantasmas e a prática de “rachadinha” no seu gabinete.
Nestes vinte anos de mandato, pelo menos oitenta assessores trabalharam para ele.
A apressada dispensa de nove servidores logo após a vitória do pai presidente levantou a suspeita de que tivesse na folha de pagamento gente que nunca bateu ponto no Palácio Pedro Ernesto. A identificação dos demitidos levou à constatação de que muitos nem moravam no Rio e seu baixo padrão de vida raramente combinava com os ganhos declarados.
Tais gratificações, oficialmente chamadas de “encargos DAS”, são concedidas àqueles que o parlamentar escolhe para executar alguma tarefa adicional, como sentar-se à cadeira de uma comissão da Câmara, por exemplo.
Não é requerida nenhuma justificativa ou prova de capacidade técnica, nem tampouco há controle de presença nas reuniões — quem a atesta é o próprio “padrinho” do assessor. “Esses encargos são a maior caixa preta da Câmara. Não há transparência, ninguém sabe quem ou quanto recebe”, diz um vereador.