Políticos, artistas, entidades e profissionais da área da saúde e dos direitos humanos lançaram, nesta segunda (26), o manifesto “Loucura não tortura e as vozes não se calarão”. A ação é uma resposta à tentativa do Conselho Regional de Medicina do estado de São Paulo (Cremesp) de censurar o deputado Alexandre Padilha (PT-SP).
O ex-ministro da Saúde se manifestou publicamente de forma crítica às mudanças abusivas e retrógradas promovidas pelo governo Bolsonaro na política de saúde mental.
O manifesto é assinado por entidades, parlamentares e nomes como Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, Instituto Vladimir Herzog, Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo, Senador Jaques Wagner, Senador Humberto Costa, Deputada Gleisi Hoffmann, Deputada Érika Kokay, Deputada Benedita da Silva, Deputada Jandira Feghali, Dilma Rousseff, Eleonora Menicucci, Arthur Chioro, Aloizio Mercadante, Gastão Wagner, João Pedro Stedile, Fábio Porchat, Gregório Duvivier, Tata Amaral, Teresa Cristina, entre outros.
Leia o manifesto e assine aqui.
Retrocesso
Padilha tem sido alvo de perseguição por membros do Cremesp. O motivo foi uma crítica pública em seus perfis das redes sociais, feita em fevereiro de 2019, a iniciativas do governo Bolsonaro que estimulavam internações em hospitais psiquiátricos isolados, inclusive de crianças e adolescentes.
As medidas, de acordo com Padilha, significam retrocesso na política nacional de saúde mental e um risco real de retorno a várias práticas observadas historicamente nos manicômios brasileiros.
Além de Padilha, vários outros especialistas, entidades ligadas à saúde mental e ao movimento da luta antimanicomial também se manifestaram. Na ocasião da denúncia, Padilha citou a frase lema do movimento: “Loucura não se prende, loucura não se tortura”.
“Após repercussão da polêmica e dos manifestos contrários, o próprio governo retirou do ar nota técnica que defendia as mudanças na política de saúde mental”, conta Padilha.