Todos perderam com a pandemia do Coronavírus. Mas os pobres perderam muito mais, ao menos nas regiões metropolitanas. Isto é o que aponta o primeiro boletim “Desigualdade nas Metrópoles”, que compara dados do segundo trimestre de 2020 com o mesmo período do ano passado, antes da pandemia.
De acordo com os números, na média das 22 regiões metropolitanas, os 40% mais pobres perderam 32,1% da renda, os 50% intermediários perderam 5,6% e os 10% mais ricos perderam 3,2%.
O estudo é de pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Observatório das Metrópoles e Observatório da Dívida Social na América Latina (RedODSAL).
O boletim tem como base os dados sobre renda da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE, referentes aos segundos trimestres de 2020 e 2019.
Salvador, de acordo com o estudo, foi a metrópole onde os mais pobres perderam mais renda, com uma queda de 57,4%.
O coeficiente de Gini chegou a 0,640 no segundo trimestre de 2020, na média das 22 regiões metropolitanas estudadas. No mesmo período de 2019, ele estava em 0,610. Em comparação ao primeiro trimestre deste ano, a distância entre topo e base também aumentou, de 0,610 para 0,640.
Na escala do Coeficiente de Gini, zero significa igualdade total de renda. Quanto mais próximo de um, por sua vez, maior será a desigualdade.
Quanto à desigualdade racial, negros receberam 57,4% da renda dos brancos no segundo trimestre de 2020. As regiões com menos diferença de renda entre brancos e negros são as de Macapá (73,1%), Florianópolis (70,6%) e Goiânia (70, 4%). O boletim ressalta que nestas regiões a desigualdade geral é menor.
Com informação da Folha