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Ana Cristina Siqueira Valle, segunda ex-esposa de Jair Bolsonaro, foi convocada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) para prestar depoimento. Ela é investigada por participar de um suposto esquema de rachadinhas - prática de repasse de salário de assessores - no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ).
Entre 2001 e 2008, Ana Cristina foi chefe de gabinete de Carlos Bolsonaro e nomeou sete parentes seus como assessores. Dois desses familiares admitiram que nunca deram expediente na Câmara Municipal e o MP apura que outros três parentes dela também não trabalhavam - ou seja, eram funcionários fantasmas.
Apesar de ter gravado um vídeo em dezembro dizendo que não era investigada no caso, o advogado de Ana Cristina, Magnum Roberto Cardoso, disse ao jornal O Globo que sua cliente foi convocada para depor. O depoimento deve acontecer ainda este mês e o caso tramita sob segredo de Justiça.
Rachadinha de Carlos e Flávio
Apesar de estar em uma investigação separada, o caso dos funcionários fantasmas no gabinete de Carlos Bolsonaro e que envolve Ana Cristina é semelhante à investigação do MP que tem como alvo o hoje senador Flávio Bolsonaro, irmão de Carlos.
Os investigadores apontam que Flávio liderava uma organização criminosa quando era deputado estadual que desviava dinheiro através de funcionários fantasmas com o esquema de rachadinhas e ainda lavava os recursos em uma loja de chocolates em que era sócio no Rio de Janeiro.
Ana Cristina é investigada apenas no caso dos funcionários fantasmas no gabinete de Carlos, mas a ex-esposa de Bolsonaro também tinha familiares nomeados no gabinete de Flávio, que tiveram seus sigilos fiscais quebrados e foram alvos de busca e apreensão.