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A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, apresentou nesta terça-feira (17) - seu último dia no cargo - denúncia em que aponta desvirtuamento nas investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Dodge tenta desde julho colher informações para a denúncia, que foi formalizada hoje e busca tirar as apurações do âmbito estadual.
No início de setembro foi revelado que a chefe do Ministério Público fez um pedido ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) solicitando acesso ao inquérito da Polícia Federal sobre a obstrução das investigações do caso Marielle com o objetivo de “apurar a existência de indícios de autoria intelectual do homicídio da vereadora Marielle Franco” por parte de do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE/RJ), Domingo Brazão.
Com as informações colhidas, após autorização do ministro do STJ, Raúl Araújo, Dodge apresentou denúncia contra o ex-deputado estadual, que possui foro privilegiado por conta do cargo que ocupa no TCE. O foro faz com que o processo saia da Justiça Criminal do Rio de Janeiro e do MP-RJ e vá para as mãos da Polícia Federal e da PGR.
"Nós estamos federalizando a investigação sobre quem são os mandantes, não sobre quem são os autores. [...] Estou denunciando os que interferiram na investigação para culpar quem não é culpado [...] O que conduziu a investigação para um cúmulo desvirtuado por mais de um ano”, disse Dodge, que crê que houve "um esforço" para que as investigações "passassem longe dos reais autores do crime".
O repórter Daniel Adjuto, do SBT, que deu a informação em primeira mão em seu Twitter, ainda afirmou que a procuradora "solicitou a abertura de mais um inquérito para apurar a morte de Marielle e Anderson".
https://twitter.com/DanAdjuto/status/1174054979524595714