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A senadora de primeiro mandato Selma Arruda (PSL-MT), juíza aposentada também conhecida como “Moro de saias”, disse ao Estadão, em entrevista publicada neste domingo (15), que decidiu sair do PSL, o partido do presidente Jair Bolsonaro. “São coisas graves, é uma pressão que vem de todo lado – e é por isso que eu vou sair do PSL”, afirmou. “Na próxima quarta—feira vou me filiar ao Podemos”.
A senadora afirmou que foi “pressionada por membros do PSL” para retirar sua assinatura do pedido para a instalação da CPI da Lava Toga. O único nome que citou foi o do senador Flávio Bolsonaro, igualmente do PSL e filho do presidente da República. Também alegou, entre os motivos da saída, a “falta de solidariedade” do PSL em relação ao processo de cassação de seu mandato, em andamento no Tribunal Superior Eleitoral.
Selma Arruda – 56 anos, 22 deles como juíza - fez a campanha com as bandeiras do candidato Bolsonaro e da operação Lava Jato. Foi eleita em primeiro lugar com 678.542 votos (24,65% dos válidos). Nem tinha assumido o mandato quando, em janeiro deste ano, o Tribunal Regional Eleitoral do Mato Grosso desaprovou suas contas de campanha por unanimidade. Uma segunda decisão unânime do mesmo TRE, em abril, cassou seu mandato e o de seus suplentes, por abuso de poder econômico e caixa 2.
No começo da semana foi divulgado o parecer da procuradora geral da República, Raquel Dodge, favorável à cassação do mandato. A qualquer momento o relator pode levar o caso a julgamento no plenário.
Sobre o PSL, a senadora disse ainda que o partido “tem tido alguns posicionamentos que são contrários aos meus princípios. Por exemplo. A reforma da previdência, na minha opinião, é a coisa mais cruel dos últimos tempos”.
“O partido não tem uma consistência ideológica própria. Não tem um formato de partido. Não é um lugar que tu encontres uma ideologia que não seja mero repeteco de algumas frases prontas. Tudo é culpa da esquerda. Todo mundo é comunista. Eu não dou conta disso. Não tem uma liderança. Não tem envolvimento nem sequer do próprio presidente da República. Ele não consegue se envolver com a gente.”
Com informações do Estadão