Eduardo Bolsonaro compara doações para a Amazônia com prostituição

Para o deputado, a doação de recursos financeiros, por parte de outros países, para projetos de preservação ambiental e para ajudar no fim das queimadas, é uma forma de "prostituir" a floresta, pois o Brasil, segundo ele, teria que dar algo em troca

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O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), seguindo a mesma linha narrativa de seu pai, que tem o costume de fazer analogias com casamento e mulheres, comparou nesta quinta-feira (29) a Amazônia a uma "mulher bonita" e disse que as doações de outros países para a região são como prostituição. "A gente vai ficar aceitando fundo de Amazônia e continuar se prostituindo em nome disso? Aqui é o Brasil, aqui quem manda somos nós. Se quiserem continuar depositando, que continuem. Se não quiserem, um abraço. A gente não vai ficar chorando e fazendo tudo o possível atrás desse dinheiro", afirmou. Por conta das mudanças no Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da política ambiental de Bolsonaro, complacente com o aumento das queimadas e do desmatamento na Floresta Amazônica, a Alemanha e a Noruega suspenderam repasses milionários ao Fundo Amazônia, que tem como intuito financiar projetos de preservação. Além disso, o G7, grupo composto pelos 7 países mais ricos do mundo, ofereceu US$20 milhões para ajudar no combate às queimadas, mas o presidente Jair Bolsonaro insiste em impor condições para aceitar a doação. Eduardo Bolsonaro, seu filho, pensa da mesma maneira e, na mesma entrevista em que comparou as doações à prostituição, ainda disparou: ""A Amazônia, essa mulher tão bonita, o outro cara vai lá, pisca para ela, quer pagar um drink para ela, não posso achar que esse drink está sendo pago de graça, né?". O parlamentar é postulante ao cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos.