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O suplente do Major Olímpio (PSL-SP), Alexandre Giordano, um dos pivôs do caso de Itaipu, esteve no Palácio do Planalto em 27 de fevereiro deste ano, conforme confirmado pela Folha de S.Paulo em reportagem desta terça-feira (27). Na véspera da visita de Giordano, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) havia viajado à Foz do Iguaçu para empossar o novo diretor-geral da Itaipu Binacional, o general Joaquim Silva e Luna. A presença do suplente na presidência contribui com as suspeitas de que o Giordano fez parte da articulação do acordo para beneficiar o Brasil.
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Não há informações sobre quais reuniões o empresário teve no Palácio do Planalto, ou com quem conversou. No entanto, depois de sua ida à Brasília, o empresário viajou pelo menos duas vezes com sócios da empresa brasileira Léros, supostamente ligada à família Bolsonaro, para o Paraguai - a primeira antes do acordo e a segunda após a assinatura do documento.
Em entrevista à Piauí no começo deste mês, o suplente negou qualquer envolvimento com a Léros em relação ao Paraguai. “Já trabalhamos juntos antes, mas fui representando a minha empresa, a Léros estava lá como outra empresa.” No entanto, na carta de intenções é possível confirmar que ela foi recepcionada pela ANDE, em 12 de julho deste ano, e logo enviada por Nicolás Kac Pinto a Alexandre Luiz Giordano. O endereço do destinatário, local onde estão as empresas de Giordano, também é sede do partido de Bolsonaro em São Paulo.
Ainda, Giordano foi apontado pelo advogado paraguaio Joselo Rodríguez González, assessor jurídico do vice-presidente, Hugo Velázquez, como participante das tratativas com os paraguaios que modificaram o acordo de Itaipu como representante do governo Bolsonaro.
Acordo secreto
No acordo entre a Léros e o governo paraguaio, um dos termos – classificado pela mídia paraguaia como item 6 – teria sido excluído para beneficiar a empresa brasileira, do setor de energia. O “item 6” estava no projeto original do acordo e dizia que a Administración Nacional de Electricidad (ANDE), do Paraguai, poderia comercializar energia excedente no mercado brasileiro, afetando os negócios da Léros. Técnicos da estatal paraguaia Ande reclamam não ter participado das reuniões que decidiram o acordo, beneficiando apenas o comércio brasileiro.